ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA
DISCUTIR QUESTÕES DE INTERESSE DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE PORTO ALEGRE
RELATIVAS À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 12-5-2009.
Aos doze dias do mês de maio do
ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas, o Vereador Nelcir
Tessaro assumiu a presidência e declarou abertos os trabalhos da presente
Audiência Pública, a qual teve como Mestre de Cerimônia o Senhor José
Luís Espíndola Lopes, destinada a debater questões de interesse
dos servidores municipais de Porto Alegre relativas à Caixa Econômica Federal,
nos termos do Edital publicado no Diário Oficial de Porto Alegre do dia dezesseis
de abril do corrente (Processo nº 1736/09). Compuseram a Mesa: o Vereador
Nelcir Tessaro, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo
os trabalhos; a Senhora Carmen Padilha e o Senhor Mário Fernando da Silva, respectivamente
Presidenta e Vice-Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre –
SIMPA –, e os Senhores Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt e Edilson Zanatta,
Gerentes Regionais de Negócios da Caixa Econômica Federal – CEF. Ainda, durante
os trabalhos, estiveram presentes os Vereadores Carlos Todeschini, Dr. Raul,
Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Paulinho Ruben Berta e
Sofia Cavedon. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca da propositura da presente Audiência Pública e das normas a serem observadas
durante os trabalhos. Em continuidade, foram iniciados os debates referentes a questões
de interesse dos servidores municipais de Porto Alegre relativas à Caixa
Econômica Federal, tendo o Senhor Presidente concedido a palavra aos inscritos,
que se pronunciaram na seguinte ordem: a Senhora Carmen Padilha; os Senhores
Mário Fernando da Silva, Adelto Rohr e Alberto Terres; a Senhora Gorete Lousada,
representando a Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto
Alegre – ATEMPA –; as Senhoras Grace Kele e Sônia Miranda; o Senhor Alex
Trindade; a Senhora Veridiana Machado; o Senhor Ruben Danilo Pickrodt; o
Vereador Carlos Todeschini, e as Vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon.
Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, para as considerações finais
acerca do tema em debate, à Senhora Carmen Padilha e ao Senhor Edilson Zanatta.
Às vinte horas e quarenta e um minutos, nada mais havendo a tratar, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Audiência
Pública. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu,
Nelcir Tessaro, determinei fosse lavrada a presente Ata, que será assinada
pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola): Senhoras e senhores, boa-noite. Neste
momento, damos início à Audiência Pública com o objetivo de discutir as
questões de interesse dos servidores municipais de Porto Alegre relativas à
Caixa Econômica Federal. Convidamos para compor a Mesa: Ver. Nelcir Tessaro,
Presidente desta Audiência; Srª Carmen Padilha, Presidente do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre - Simpa; Sr. Mário Fernando da Silva,
Vice-Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre; Sr. Ruben Danilo
de Albuquerque Pickrodt, Gerente Regional de Negócios da Caixa Econômica
Federal; Sr. Edilson Zanatta, Gerente Regional de Negócios da Caixa Econômica
Federal.
Convidamos
para fazer uso da palavra o Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Audiência.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Senhoras
e senhores, boa-noite. Quero cumprimentar aqui o Sr. Ruben Danilo de
Albuquerque Pickrodt, que representa a Caixa Econômica Federal neste ato; a Srª
Carmen Padilha, representando o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre;
seja bem-vinda; o Sr. Mário Fernando da Silva, Vice-Presidente do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre; e os demais municipários presentes.
Damos
por aberta esta Audiência, que foi solicitada pelo Sindicato dos Municipários
de Porto Alegre, presidido pela Dona Carmen Padilha. Lerei o Edital de
convocação: “Audiência Pública com o objetivo de discutir questões de interesse
dos servidores municipais de Porto Alegre relativamente à Caixa Econômica
Federal. O Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no uso de suas
atribuições legais, comunica à comunidade porto-alegrense a realização de
Audiência Pública no dia 12/05/2009, às 19 horas, no Plenário Otávio Rocha da
Câmara Municipal de Porto Alegre, localizado na Av. Loureiro da Silva, nº 255,
Centro, com o objetivo de discutir as questões de interesse dos servidores
municipais de Porto Alegre relativas à Caixa Econômica Federal. Gabinete da
Presidência, 13/04/2009. Vereador Sebastião Melo, Presidente”. Esse foi o
Edital publicado, pelo qual foi dado conhecimento a todos sobre esta Audiência
Pública que estamos hoje realizando.
Vamos
proceder a esta Audiência Pública da seguinte maneira: serão abertas dez
inscrições para a comunidade; quem quiser fazer uso da palavra terá o tempo de
cinco minutos. Os senhores e as senhoras poderão fazer as suas inscrições no
lado esquerdo da Mesa, próximo aos computadores.
Vamos
dar início a esta nossa Sessão. Estávamos aguardando a Secretaria Municipal da
Administração, mas, como não ocorreu a sua presença até agora, e são 19h08min,
nós vamos começar a discussão.
Primeiramente
quero dar a palavra, por dez minutos, para a solicitante desta Audiência
Pública, a Srª Carmen Padilha, Presidente do Simpa, que vai dividir esse tempo
com o Sr. Mário Fernando da Silva, Vice-Presidente. Serão cinco minutos para
cada um.
Quero
cumprimentar a Verª Sofia e convidá-la a fazer parte da Mesa.
A
Srª Carmen Padilha está com a palavra.
A
SRA. CARMEN PADILHA: Boa-noite,
Sr. Presidente desta Sessão, Ver. Tessaro; Verª Sofia, representantes da Caixa
Econômica Federal, colegas municipários, tomamos a iniciativa de solicitar a
realização desta Audiência Pública na Câmara de Vereadores tendo em vista as
dificuldades que temos encontrado na nossa relação com a Caixa Econômica
Federal. Iniciamos, então, agradecendo este espaço e lamentando a ausência do
Governo Municipal, porque entendíamos que seria importante a sua presença, uma
vez que ele, o Governo, é o principal responsável pela situação em que nos
encontramos hoje.
Todos
nós sabemos que a Folha de Pagamento dos servidores municipais foi vendida
ainda em 2007 e que, a partir de 2008, nós passamos a receber os nossos
salários pela Caixa Econômica Federal. Desde lá, nós temos sofrido diferentes
situações, prejuízos, transtornos em nossa vida. Nós fizemos uma crítica dura
ao Executivo, ao Sr. Prefeito, José Fogaça, pela atitude da venda da nossa
Folha, sem que houvesse minimamente um debate com a categoria, um debate com o
seu Sindicato, com o Simpa. Se houvesse essa disposição do diálogo, nós
teríamos dito, naquele momento, que não concordávamos.
Todos
nós já tínhamos a nossa vida organizada em diferentes bancos. A maioria de nós
recebia pelo Banrisul, Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Tínhamos
correntistas na Caixa, no Banco do Brasil e em outros bancos. Isso fazia parte
do nosso livre arbítrio, nós escolhemos a conta pela qual receberíamos o nosso
salário. O Governo, numa iniciativa autoritária, assumiu essa posição de venda
da Folha, sem consulta.
Essa
venda da Folha - quase 90 milhões de reais - foi realizada assumindo alguns
compromissos. Entre eles, que haveria a possibilidade, com a venda da Folha dos
aposentados, por exemplo, de se comprar uma sede para o PREVIMPA. Essa foi a
desculpa para que o Conselho de Administração do PREVIMPA na época - não é o
atual - aprovasse a venda da Folha, com essa promessa.
Passado
todo esse tempo, mais de um ano transcorrido, não houve nenhuma iniciativa no
sentido de cumprir a promessa da compra de uma sede própria para o PREVIMPA.
Essa é uma situação que nós gostaríamos de registrar aqui.
Mas
o que nos traz aqui hoje é a venda da Folha, e nós buscamos, sim, através da
legislação, algo que pudesse embasar uma ação jurídica do Sindicato, que
pudesse questionar essa ação. Infelizmente, não tivemos sucesso. Porque existe
hoje, sim, toda uma regulamentação em nível federal e uma regulamentação do
Banco Central embasando a venda das Folhas, tanto é que foram inúmeras as
Prefeituras que venderam as suas Folhas de Pagamentos.
Frente
a isso, o que nos resta? Buscar negociar com a Caixa Econômica Federal
alternativas que resolvam, que equacionem as dificuldades que vivemos até hoje.
Claro que seria importante que a Secretaria da Administração, da Fazenda,
enfim, que o Governo Municipal estivesse aqui, porque ele é o principal
responsável por isso.
Quando
a categoria trouxe para o Sindicato as dificuldades vivenciadas, nós, num
primeiro momento, levamos isso ao Comitê de Política Salarial, ao Comitê que
negocia as nossas reivindicações, coordenado pelo Secretário Clóvis Magalhães.
Ali, em audiência, nós expressamos todas as nossas dificuldades. O Secretário
Cristiano Tatsch, naquele momento então, assumiu o compromisso de encaminhar
junto à Caixa Econômica as nossas demandas.
Bom,
como é de praxe e não é novidade entre nós, estamos aguardando a resposta até
hoje, porque é desta forma que o Governo dialoga com a categoria: ele ouve, e
ali morre a reivindicação. Frente a essa dificuldade de encaminhamento, via
Secretaria da Fazenda, nós então buscamos a Câmara de Vereadores, para que, por
intermédio dela, a gente pudesse iniciar um diálogo com a Caixa Econômica
Federal no sentido de resolver as dificuldades.
Primeiro,
as tarifas abusivas que estão sendo cobradas pela Caixa Econômica Federal. A
gente sabe que os bancos têm diferentes possibilidades de tarifas; agora, as
que estão sendo cobradas para nós são altas e não estão de acordo com aquilo
que esperamos de um atendimento da Caixa. Por quê? Em primeiro lugar, quando
nós assumimos lá, foi passado para nós um pacote, e não nos perguntaram sobre
ele. Para muitos, ofereceram um cheque especial altíssimo, sem que fôssemos
questionados se gostaríamos de ter aquele cheque especial. Bom, quando, após um
ano, começaram a cobrar as tarifas, os colegas perguntaram sobre elas, e a informação
foi a seguinte: “Nós cobramos porque os senhores têm um cheque especial mais
alto”, mas em nenhum momento ele nos foi questionado.
Outro
problema é o próprio atendimento da Caixa, a falta de estrutura, e sobre isso
temos depoimentos de funcionários da Caixa Econômica, que dizem que ela não tem
a estrutura para atender às demandas desses milhares de contas; temos os
problemas dos caixas eletrônicos, que, volta e meia, estão com dificuldades,
principalmente em dia de pagamento; há as taxas cobradas para que a gente possa
passar o salário que se recebe para a conta original, porque muitos de nós
mantiveram a sua conta no banco original.
Outro
problema sério que atinge um grande setor da nossa categoria é o problema do
empréstimo consignado, porque, junto com a venda da Folha, também foi vendida a
possibilidade do empréstimo consignado. Hoje nós não escolhemos mais onde fazer
o empréstimo consignado: é apenas na Caixa Econômica Federal que se pode
fazê-lo. E a Caixa tem uma série de exigências, como estar negativo no SPC - é
uma exigência. E nós, da categoria, muitos que tinham a sua conta no Banrisul,
por exemplo, podíamos fazer empréstimo, porque o empréstimo é consignado. Então
hoje nós temos colegas que têm ido, sistematicamente e insistentemente, ao Sindicato,
em uma situação difícil, porque os nossos salários estão arrochados - nós
vivemos uma situação salarial complicada -, e não temos nem essa possibilidade,
hoje, pela Caixa Econômica Federal.
Então,
esses são alguns dos aspectos que trazemos ao debate, e esperamos, sim,
sensibilizar a Caixa, porque hoje nós somos milhares de clientes - forçados,
entre aspas, mas clientes da Caixa Econômica Federal. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Sr. Mário Fernando da Silva está com a palavra.
O
SR. MÁRIO FERNANDO DA SILVA: Na
realidade, a Carmen já colocou todas as questões. Nós teríamos três aspectos
para trazer aqui. Um deles: queríamos abrir um canal de negociação com a
Direção da Caixa. Nós estamos propondo isso, o Sindicato está propondo isso.
Por quê? O Governo nem vem discutir conosco, como fez hoje na assembleia. Quem
estava lá viu que entregaram um documento que não apresentava nenhuma proposta.
No último minuto, “aos 45 minutos de jogo”, um documento que não apresentava
nenhuma proposta! Essa é a valorização que o Governo nos dá.
Então,
nós queríamos propor aos companheiros da Caixa que abrissem um canal de
discussão diretamente com o Simpa, para que possamos equacionar possíveis
dificuldades que nós, municipários, tenhamos na relação com a Caixa - nós
estamos nos propondo a isso.
E
gostaríamos também de lembrar: um companheiro nosso que trabalha no HPS foi ao
Banco Central - eu queria que os companheiros da Caixa se reportassem a isso -,
e há a Resolução nº 3.518, de 2007, que garante a gratuidade das tarifas
bancárias. Queríamos também, se possível, que discorressem sobre isso.
Então,
é isto, gente: nós, municipários, apesar de não termos escolhido isso e apesar
da proposta de que o nosso PREVIMPA teria um novo prédio e não termos visto ainda
nenhum tijolo, apesar disso, nós queremos abrir um canal. Embora o Governo não
esteja presente, nós queremos abrir esse canal para equacionarmos esses
problemas.
Então,
o Simpa se coloca à disposição para fazer esse trabalho, no sentido de melhorar
as condições de atendimento aos nossos municipários. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
O Sr. Adelto Rohr está com a palavra.
O
SR. ADELTO ROHR:
Boa-noite ao Presidente Tessaro, à Carmen, ao Mário, à Verª Sofia e aos
representantes da Caixa. Eu gostaria de destacar alguns elementos que fazem
parte de todo esse processo que foi o contrato da Prefeitura com a Caixa
Econômica Federal para a venda da Folha de Pagamento. Esse contrato foi feito
por cinco anos entre a Prefeitura Municipal e a Caixa Econômica Federal, e os
fiadores desse contrato, que é um contrato de financiamento da Prefeitura
Municipal com a Caixa Econômica Federal, foram os servidores municipários, com
a doação das suas contas.
A
isenção de tarifas por um ano para todos os servidores que consta lá no
contrato com a Caixa Econômica Federal é o mesmo contrato que funciona hoje com
todos os serviços que foram privatizados. Num primeiro momento, para buscar o
cliente, são oferecidas isenções de tarifas; depois, se joga para o mercado.
Acho que isso tem de ficar muito claro. Na verdade, o processo por que a gente
está passando com a venda da Folha para a Caixa Econômica Federal é o mesmo,
não muda em nada. Quanto a essa questão da tarifa, nós tivemos um ano de
isenção, e depois ela foi jogada para negociação de cada um dos servidores,
isoladamente, com a Caixa Econômica Federal, e de acordo com as tarifas
praticadas pelo mercado.
Nós,
enquanto servidores, não podemos aceitar esse tipo de negociação da forma como
nos foi colocado. Num primeiro momento, somos os fiadores do financiamento; num
segundo momento, com a prática das tarifas, com a obrigação do desconto
consignado em folha de pagamento somente com a Caixa Econômica Federal, nós é
que estamos pagando parceladamente esse financiamento com a Caixa Econômica
Federal.
Se
formos fazer uma conta, multiplicando o valor da tarifa de 15 reais por mês
pelo número de contas, que hoje está por volta de 33 mil contas, vamos auferir
um valor de, aproximadamente, 6 milhões de reais por ano. Isso daria 24
milhões.
Nós
temos que levantar toda essa questão, para que fique claro quem é que entrou,
de que forma entrou, o que está pagando de conta e qual é o custo que isso tem
para nós.
E
aí nós temos que levantar outros elementos que estão postos e já foram
levantados aqui pela Carmen, que foi todo o transtorno causado para todos os
servidores que não tinham conta na Caixa Econômica Federal.
Nós
passamos praticamente dois meses fazendo adequações, auxiliando colegas, para
que eles pudessem fazer algumas adequações necessárias para mudar toda a sua
vida em relação às instituições financeiras. E, no contrato com a Caixa
Federal, tem alguns quesitos que têm que ser cumpridos; um deles é que seriam
instalados vários postos de atendimentos em diversas Secretarias. O que está
acontecendo? Não conferi se todos esses postos foram instalados. Acredito que
sim, mas alguns desses postos não estão mais prestando serviços da forma que
está no contrato.
Para
vocês terem uma ideia, no PREVIMPA - que é o setor dos aposentados, que foram
os mais prejudicados e os que mais reclamaram da venda da Folha de Pagamento -,
aquele posto está fechado há quase trinta dias, não está funcionando. Ele está
há três meses funcionando de forma capenga; funciona três, quatro dias, fica
dois sem funcionar, e assim vai. Ele fica na Rua Uruguai, nº 277, no 5º andar.
Então,
esta questão nós temos que levantar: a qualidade dos serviços. Fora do horário
comercial, a dificuldade para a gente acessar os serviços da Caixa Econômica
Federal é muito grande. É uma dificuldade muito grande a gente conseguir
agência que possa fazer algum atendimento, postos de atendimento em alguns
locais. A dificuldade é enorme, não se tem esse serviço, e, no contrato, está
estipulado que iria ser facilitado isso - dentro de Porto Alegre eu estou
falando; não estou falando fora de Porto Alegre; isso só dentro de Porto
Alegre. Acho que isso tem que ficar claro, e nós temos que cobrar da Caixa
Econômica Federal, enquanto servidores, porque é essa a qualificação do serviço
que está posta no contrato. Afinal de contas, é o nosso dinheiro que está lá, e
nós temos que ficar brigando por isso!
Nós
não podemos pagar uma conta, e pagar uma conta com um serviço de qualidade
muito ruim. Eu acho que isso é muito difícil, e por isso toda a nossa disputa.
Eu
queria colocar essa questão das tarifas e a isenção de um ano, que tem que ser
revista. E eu acho que, com a proposta que o Simpa está fazendo, a gente tem
que buscar alguma alternativa, porque a maioria dos servidores não tem
condições de disputar com a Caixa Econômica Federal a questão do barateamento
dessas tarifas. Tem muitos bancos procurando muitos servidores - e eu sou um
que sou procurado por vários bancos que oferecem isenção de tarifas por alguns
meses e que, depois, vão passar a cobrar tarifas, que é o que sempre é feito na
busca de clientes. Hoje está muito em voga a questão dos celulares, e vocês
sabem que, com a história da liberação da portabilidade, estão sendo oferecidos
estes serviços: por dois ou três meses, tu não pagas nada, e depois tu jogas
para a tarifa, que é o que a Caixa acabou fazendo. Isso é nocivo para nós, isso
só gera lucro para as instituições, e a qualidade dos serviços está diretamente
ligada a isso. Eu queria colocar só isto, para iniciar. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Adelto. Eu quero anunciar a presença da Verª Fernanda Melchionna e convidá-la
para fazer parte da Mesa.
O
Sr. Alberto Terres, servidor público, está com a palavra.
O
SR. ALBERTO TERRES: Quero
cumprimentar o Presidente da Mesa, Ver. Nelcir Tessaro, e também a nossa
companheira Carmen; cumprimentando os dois, cumprimento o resto da Mesa.
Eu
me inscrevi não só para aproveitar este momento em que a Caixa Econômica está
aqui, mas, em primeiro lugar, para denunciar a ausência do Governo Municipal.
Eu acho que a ausência do Governo mostra a forma como esse Governo do Prefeito
Fogaça trata o servidor público, quando ele se ausenta numa ocasião tão
importante para nós, que é fazer a discussão da Caixa Econômica Federal - nós
já sabemos que essa é a única forma que ele tem de tratar servidor. É a única
forma, até porque, quando vendeu a Folha, como disse a nossa companheira
Carmen, não nos consultou. E são em torno de 33 mil contas!
E, nessa briga pelo capital, nessa briga
pelo dinheiro - foram quase 90 milhões nessa transação entre Caixa Econômica
Federal e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre -, quem sofre são os
servidores. Não nos foi perguntado se nós estávamos ou não satisfeitos com os
bancos com que vínhamos trabalhando. E eu não estou aqui para fazer nenhuma
propaganda em relação a qualquer banco. (Pausa.) Só gostaria que o
representante da Caixa pudesse nos ouvir. Eu não estou aqui fazendo nenhuma
propaganda para qualquer banco, mas a forma como éramos tratados, muitos que
tinham conta aqui no Banrisul, com certeza, era bem melhor que o tratamento
dado pela Caixa Econômica Federal, hoje, para os servidores. (Palmas.) Com
certeza, diferente do tratamento dado – e eu sou um defensor de banco público –
pelo Banrisul para cada servidor; nós tínhamos, inclusive, contato com o
gerente da nossa conta; até por telefone resolvíamos os problemas.
Infelizmente, hoje, na Caixa Econômica Federal, a
gente vai para lá e chega a ficar duas horas aguardando - isso em inúmeras
agências - para ser atendido. Uma vez estive na minha agência, e o servidor
disse que, se eu quisesse almoçar, que almoçasse e retornasse dali a duas
horas, que era o tempo que tinham para me atender. Isso não é forma de tratar
um cliente da Caixa Econômica Federal! Até podemos aceitar isso do Prefeito
Fogaça, que nos trata dessa forma; agora, da Caixa Econômica Federal, que é um
banco público, que deveria tratar bem esses 33 mil servidores, isso é
inadmissível num banco público. (Palmas.)
Outra coisa que queríamos colocar aqui é a
respeito, também, do próprio posto do Hospital Presidente Vargas: ou não tem
dinheiro, ou está estragado. Em final de semana, normalmente, as lotéricas
estão fechadas, aí não podemos sequer ir lá tirar dez reais para pagar a passagem
de ônibus, porque o posto também está fechado. Então, esse é o atendimento dado
pela Caixa Econômica Federal!
Na verdade, o que propomos aqui - o Mário já
colocou - é abrir um canal de negociação com a Caixa, para que ela consiga
rever seus procedimentos hoje no atendimento ao servidor público. São 33 mil
servidores públicos que estão com a conta na Caixa. E a forma como estão sendo
atendidos nós gostaríamos de que fosse diferente da forma como o Prefeito
Fogaça nos atende, porque não é nem um, nem dois reais, é uma folha grande que
a Caixa Econômica Federal tem lá.
Agora, por que nós não somos atendidos da forma
como outros bancos nos atendiam? Por que essas taxas altas, como já foi
colocado aqui pelos colegas de uma forma veemente? A taxa está sendo cobrada
inclusive para retirar dinheiro; para se fazer a retirada de dinheiro, paga-se
taxa. Se tu retiras, tu pagas; se não retiras, pagas também! Então, é dessa
forma que somos tratados. Quero aqui, até para concluir, colocar a importância
deste canal de negociação com a Caixa, e que os servidores não sejam
penalizados por esta transação financeira feita entre a Caixa Econômica Federal
e a Prefeitura de Porto Alegre, porque nós, servidores, é que sofremos com
isso. Somos nós que estamos sofrendo; caso contrário, não estaríamos aqui
solicitando esta Reunião. Até gostaria de perguntar se, em algum outro momento,
a Caixa Econômica Federal foi solicitada para fazer este debate com qualquer
carteira de servidores que ela tenha. O que não dá é para esperar por mais
cinco, seis, dez anos sem
ter os nossos direitos garantidos e sofrendo da forma como nós estamos sofrendo
no atendimento, em que a gente fica uma, duas horas. E a maioria aqui trabalha
em dois serviços ou trabalha 8 horas. Tem pessoas que não têm condições de ir
lá questionar sobre o seu salário, porque trabalham 8 horas, e lá vão perder,
no mínimo, duas horas para ser atendidas.
É
dessa forma que se está sendo atendido. Então, acho que é o momento de a Caixa
Econômica rever a forma como esses funcionários estão sendo atendidos em cada
agência, com cada gerente, tendo de esperar 2 horas - inclusive com os idosos
está acontecendo isso, que foram retirados dos seus bancos também e, depois,
ficaram procurando em qual Caixa Econômica eles iriam receber os seus salários.
Então, apesar do Estatuto do Idoso, esses também estão sendo penalizados por
essa transação financeira. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Muito
obrigado, Alberto Terres.
Quero
convidar Gorete Lousada para fazer uso da palavra.
A
SRA. GORETE LOUSADA: Cumprimentando
os membros da Mesa e os colegas municipários, eu vou iniciar a minha fala
colocando que estou representando a ATEMPA, os trabalhadores em Educação, e há
um descontentamento geral dos municipários com relação ao atendimento da Caixa,
principalmente com relação a esse processo de venda da Folha sem discussão com
a categoria. Quero registrar aqui também, reforçando o que os meus colegas
colocaram anteriormente, o abuso e o absurdo como nós somos tratados pelo
Governo Municipal, que nem se faz presente aqui para ouvir e responder os
nossos questionamentos.
O
atendimento da Caixa tem sido pauta das nossas reuniões, tanto nas escolas como
nas reuniões da nossa entidade, nas assembleias, nas reuniões do Simpa também.
E, sobre esse descontentamento, eu acho que a Caixa deve também ter uma
preocupação com a imagem do banco. De que vale ter 30 mil contas a mais, se,
quando esgotar esse acordo, esse prazo para a gente manter a conta, vai ter uma
saída imensa de clientes, porque o descontentamento é muito grande?
Sobre
isso que o Terres falou, de a gente ficar esperando horas e horas para
atendimento, realmente, eu nunca falei com a minha gerente de conta, é verdade.
E a Caixa não teve capacidade, com relação ao número de funcionários, com o
atendimento nas suas agências, de poder absorver essa demanda. E, falando nas
escolas também, uma grande preocupação é que não adianta abrir postos nas
Secretarias da Prefeitura, porque temos mais de 90 escolas no Município, e elas
são descentralizadas. Então, esse atendimento para os professores da rede
municipal e funcionários de escolas não adiantaria, assim como para muitos
servidores de postos de saúde, com atendimentos que são descentralizados. Para
nós, não seria suficiente.
Portanto,
a Caixa, a meu ver, teria que repensar essa forma de atendimento, teria que
rever a questão das taxas, que são um absurdo. Muitos de nós, nos bancos em que
tínhamos conta, pagávamos taxas baixas, ou alguns até nem pagavam, porque
tinham a sua folha de pagamento garantida. Para o banco, já era uma vantagem
ter aquela conta lá, já tinha um ganho em cima disso. Portanto, essa cobrança
de taxa sempre acaba desfavorecendo muitos que ainda ganham baixos salários.
Nós queremos deixar registrado, então, o nosso descontentamento e queremos que
a Caixa reveja, a partir dessa negociação com o Simpa. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Gorete.
Com
a palavra a Srª Grace Kele.
A
SRA. GRACE KELE: Sou
professora municipal de Porto Alegre e também do Município de Guaíba. As duas
Folhas foram vendidas com bastantes diferenças de processos. Venho aqui para
dizer que fiz toda uma caminhada no Ministério Público, no Procon e na minha
agência da Caixa lá de Guaíba. Depois, consegui abrir uma conta 037, uma
conta-salário, e, pelo jeito, fui o único servidor que conseguiu. Apresentei na
Prefeitura, e lá foi aceita a minha conta. Mas o que se vê, no decorrer desse
trajeto todo, é que a Caixa não disponibilizou uma forma para que a Prefeitura
pudesse efetuar o pagamento do meu salário, dizendo que as contas 037, que são
as contas-salário, não estão disponíveis no contrato que foi feito.
Então,
o que eu busco com a Caixa e tenho buscado nesse meu caminho é que seja
disponibilizada uma forma para que o servidor possa receber o seu salário sem
ter que pagar para receber. Porque, da forma que está sendo feito ... (Palmas.)
Obrigada. Da forma que está sendo feito... Tudo bem, eu sou obrigada a receber
pela Caixa, mas não a pagar para receber o meu salário. (Palmas.) E todas as formas
que foram oportunizadas pelos gerentes eram conta-salário, que a Caixa Federal
não disponibiliza para que a Prefeitura faça o pagamento, tanto que ela não
aceitou o repasse da Prefeitura; essa conta não aceita DOC da Prefeitura
também. Então eu não pude receber o meu salário, e a gerente me propôs uma
forma mais barata. O mínimo que eu tenho que pagar para receber o meu salário é
R$ 3,75, com uma proposta de uma conta simples, mas pagando isso para
simplesmente ir ao caixa e sacar o meu dinheiro.
Então, eu quero uma resposta da Caixa. O salário é
fruto do meu trabalho, e acho que tenho o direito a recebê-lo sem ter que pagar
por isso. Eu acho que, da mesma forma como eu, muitos servidores estão em busca
disso, porque existe uma Resolução, eu sei, de que, a partir de 2012, vou poder
escolher o meu banco e a minha agência, mas hoje sou obrigada a receber pela
Caixa. E eu quero ter direito ao meu salário integral. Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Grace
Kele. Quero anunciar a presença do Ver. Carlos Todeschini, que já está
fazendo parte da Mesa, e do Ver. Paulinho Ruben Berta.
Convidamos a Srª Sônia Miranda para fazer uso da
palavra.
A SRA. SÔNIA
MIRANDA: Eu tenho uma reclamação imensa. As pessoas que vão para a Caixa sabem
que existe uma Lei Federal que diz que elas têm que ser atendidas, no máximo,
num período de 15 a 25 minutos. Literalmente, a gente vai lá, se inscreve, e
dão um horário de 4, 5, 6 horas depois para tu seres atendido. Tu moras longe,
pegas ônibus, tu tens coisas a fazer, tu tens família e, de repente, a Caixa te
dispõe aquele horário para ser atendido, o que é uma falta de respeito para com
as pessoas que estão depositando, involuntariamente, o seu dinheiro lá dentro. (Palmas.) A partir do momento
que tu chegas lá – bom, meu horário é às 3h, 4h da tarde –, e tu ficas mais 50
minutos, 1 hora esperando, sentadinho lá, como se tu não tivesses nada o que
fazer na vida a não ser ficar ao dispor da Caixa Econômica Federal... É uma
denúncia que eu faço, e as pessoas, às vezes, não se dão conta, mas eles querem
fugir da multa que o Governo Federal impõe aos bancos que fazem com que as
pessoas fiquem muito tempo na fila. Consequentemente, eles não pagam a multa,
porque eles marcam horário com as pessoas, como se as pessoas – repito –
estivessem à disposição da Caixa Econômica Federal. Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Sônia.
O Sr. Alex Trindade está com a palavra.
O SR. ALEX TRINDADE: Boa-noite a todos e a todas, boa-noite à
Mesa. A gente já tem aqui algumas falas, e quero dar uma reforçada nas falas do
Adelto e do Terres, quando eles abordam a questão da estrutura da Caixa.
Passado quase um ano do funcionamento desse contrato com a Caixa, a gente já
consegue ver que a Caixa não tem estrutura, não se preparou para receber esse
conjunto de 33 mil novas contas.
Nas agências que a gente visita, para qualquer situação,
para fazer um simples saque num caixa eletrônico, a gente leva mais de uma hora
aguardando em filas. Se tentar ir ao caixa, esse tempo simplesmente triplica em
termos de espera. E nós sabemos que existe uma legislação municipal que
estabelece o tempo máximo de espera. A Caixa não cumpre isso, não respeita essa
vontade da população quando decide que o tempo máximo de espera, em dias
normais, deveria ser de 15 minutos, e o tempo máximo de espera, em dia de
pagamento, de 30 minutos. Qualquer um de nós, se for a uma agência, a qualquer
momento, em qualquer dia da semana, identifica este elemento: falta de estrutura.
Mas
há alguns elementos que quero colocar aqui que, para mim, são importantes,
visto que esse contrato não foi discutido com os trabalhadores, foi-nos
imposto, e a gente vê que não há fiscalização, por parte da Prefeitura, de
alguns elementos. Vou dar um exemplo aqui: as consignações. Elas estão hoje
concentradas, necessária e exclusivamente, com a Caixa Federal. Verdade? Não,
não é verdade. A Caixa passou a nomear os chamados correspondentes bancários.
Hoje, a AIAMU, a APLUB podem fazer empréstimos consignados, e recordo que um
dos grandes elementos desse contrato era o elemento da exclusividade, mas a
Caixa não respeita isso. Ela simplesmente criou correspondentes fora daquela
relação que tínhamos com as outras instituições, como Banrisul e Banco do
Brasil, para crédito consignado, e não abre para esses bancos, mas abre
necessariamente para outras entidades que não têm o mínimo de tratamento. Vou
dar um exemplo: apareceu, outro dia, lá no PREVIMPA, uma empresa de nome
Quality se dizendo correspondente da Caixa, oferecendo empréstimo consignado
aos funcionários por taxas muito além daquelas taxas aceitas pelo mercado. A
gente, lá no PREVIMPA, decidiu noticiar o gestor do contrato, que é a Fazenda,
para que ele tomasse medidas com o fim de sanar isso. Da mesma maneira que a
SMA não se fez presente hoje aqui, a Fazenda também nunca nos respondeu o
ofício que apresentamos para eles.
Mas
a gente também tem outro elemento para colocar aqui: as consignações, e a gente
pede que cada servidor tenha bastante atenção com a sua conta na Caixa, pois,
no PREVIMPA, acabamos encontrando situações de servidores que tiveram o
desconto consignado no contracheque, ou seja, diminuído do seu vencimento, e,
na agência da Caixa, esse mesmo valor foi, outra vez, descontado do servidor,
debitado em conta corrente, porque o gerente não quis esperar uma relação que
tem com a Agência Central, aqui na Rua Lupicínio Rodrigues, que comanda os
processos de desconto. Então, servidores colegas nossos tiveram cheques
devolvidos e não puderam saldar compromissos por este duplo desconto.
O
que a Caixa nos diz? “Estamos montando um grupo de trabalho para analisar o
problema”. Só que a gente sabe que, quando você deixa de receber um valor na
sua conta e há compromissos assumidos, como cheques que foram passados, e esses
cheques são devolvidos, o seu nome fica incluso na lista do Banco Central como
emissor de cheque sem fundo, e a Caixa não se responsabiliza por isso, pois não
seria problema dela. Como não é problema dela?! É problema, sim, a falta de
estrutura para atender a esta necessidade.
Outro
elemento que para nós é importante: a gente, no PREVIMPA, trabalha muito com os
aposentados, e nem todos eles residem na cidade de Porto Alegre. Vou dar um
exemplo: se alguns de nós, quando nos aposentarmos, formos morar em Quintão -
aqui ao lado, menos de 100 quilômetros de Porto Alegre -, não teremos nenhuma
agência da Caixa para nos atender; nós vamos ter que nos deslocar à cidade mais
próxima, a Cidreira, ou seja, a mais de 40 quilômetros de distância. Isso é
absurdo! O servidor pediu, na época: “Me deixem receber pelo Banrisul, porque
aqui na cidade tem um Banrisul, mas não tem Caixa”. A resposta dada: “Saquem em
lotéricas”. Bom, nós orientamos a buscar em lotérica. Qual é o limite de saque em
lotérica? A disponibilidade que o agente lotérico tem lá no seu caixa. Então,
se nesse dia ele não tiver o valor do seu salário, você não tem o direito de
receber aquilo que lhe é devido, porque aquele contrato que nós fizemos com a
Caixa não prevê nenhuma sanção ou penalidade para esses casos. Ou seja, é como
se a gente quisesse oferecer um serviço e não tivesse condição de atendê-lo.
Quem acompanhou o site da Câmara de
Vereadores, verificou que, dias atrás, o Banco do Brasil (sic), para não perder a relação com os funcionários aqui da Câmara
- que são só 600 servidores -, passou a trabalhar com eles a questão do chamado
empréstimo habitacional, financiamento habitacional, e o estendeu para todos os
servidores. Nós temos a Caixa, que é responsável pelo processo habitacional no
Brasil, e aí nós vamos perguntar: alguma vez a Caixa propôs, nesse processo de
quase dois anos trabalhando conosco, que pudéssemos ter financiamento
habitacional, já que muitos dos nossos servidores pagam aluguel até hoje? Não.
A única coisa com que se preocuparam foi com esse desconto da chamada cesta
básica, que nós, fazendo o cálculo médio, chegamos a mais de 6 milhões por ano.
A Caixa não se propõe a fazer um plano habitacional para o conjunto dos
servidores, já que nós somos parceiros na hora de pagar, mas não nisso.
Mas eu acho que a gente pode trabalhar com a Caixa
em termos de pressão. Acho que nós temos feito várias relações hoje aqui, tanto
pelo Sindicato, e quero falar que o PREVIMPA tem um Conselho de Administração
bastante ativo, formado por nós, trabalhadores, numa boa parcela ali daquela
composição.
Concluindo,
quero dizer que aplicamos, através do PREVIMPA, mais de 10 milhões na Caixa
Federal. Se nós pressionarmos o nosso Conselho de Administração para a política
de 2009 e 2010, a gente diz o seguinte: enquanto a Caixa não mexer nas suas
tarifas, o PREVIMPA não aplica nenhum centavo mais na Caixa! Tem que ser dessa
forma. Ou se trabalha com pressão, porque a gente vai sair daqui, talvez, com
aquela resposta: “Olha, não dá para fazer nada, gente; o contrato está
assinado”. Então, vamos usar os nossos argumentos! Vamos eleger um conselho de
administração que respeite os nossos direitos e que diga que não se deve
aplicar nenhum centavo na Caixa enquanto não reduzir as tarifas! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Alex. Anuncio as presenças dos Vereadores Ervino Besson e Dr. Thiago, e os
convido a fazer parte da Mesa.
A Srª Veridiana Machado está com a palavra.
A SRA. VERIDIANA MACHADO: Boa-noite,
senhoras e senhores da Mesa; boa-noite, colegas, não vou me estender muito
aqui. Eu me lembro da época do meu avô, quando ele recebia o salário dele num
envelope. Hoje, estamos atrelados ao sistema, porque somos obrigados, quando
recebemos, a abrir uma conta no banco. Então, o salário do trabalhador foi
atrelado a sustentar um sistema capitalista, e hoje ainda temos de vir aqui.
Eu gostaria muito de receber o meu salário num
envelope e colocá-lo no banco, se eu quisesse. Hoje estamos discutindo aqui
algo que nos colocaram como imposto. Então, eu gostaria de deixar isso como
reflexão, e que pudéssemos ter escolha, pudéssemos participar das discussões.
Isso é democracia, isso é a participação e o respeito com todos os funcionários
e com todos os cidadãos. Era isso. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Veridiana.
Não havendo ninguém mais inscrito, vamos passar a
palavra ao representante da Caixa Econômica Federal, Sr. Ruben Danilo Pickrodt.
O SR. RUBEN DANILO PICKRODT: Boa-noite,
Presidente Nelcir Tessaro; Presidente do Sindicato; Dª Carmen; Mário; demais
Vereadores presentes aqui na Sessão e os funcionários da Prefeitura. Eu tentei
anotar aqui tudo o que foi colocado, e, sobre algumas questões que foram
levantadas, não tem como a Caixa justificar.
Esta questão do livre arbítrio, de a pessoa
escolher o banco, isso é o empregador que tem de vir aqui responder. Como já
foi dito pela Dª Carmen, essa prática da venda da folha é uma prática contumaz
em todo o País. Se não fosse a Caixa, seria outro banco que poderia ter
comprado a Folha, já que a Prefeitura tinha tomado a decisão de vender a Folha.
Então, se não fosse a Caixa, seria outro banco. Então, essa questão de que os
servidores não podem mais escolher o banco onde receber o seu salário, isso tem
que ser tratado com o empregador, é ele que tem de vir aqui e colocar a sua
posição, até porque todas as prefeituras estão aderindo a isso, e é uma maneira
que têm, também, de obter recursos.
Vou começar aqui com a questão da exclusividade do consignável, até porque isso foi
objeto de uma ação judicial em que se questionou a legitimidade da questão da
exclusividade do consignável. Essa é uma questão legítima, regulamentada, e é
uma deliberação do empregador – vejam bem o que eu vou falar –, é uma
deliberação do empregador fazer a consignação ou não. No caso, quando a
Prefeitura anunciou a possibilidade de venda da Folha, na realidade, ela
colocou essa questão da exclusividade junto, e isso tem um valor, sim, no
mercado. Então, nesse momento, ela chamou os bancos para fazer essa negociação
e disse o seguinte: “O banco que comprar a Folha vai ter a exclusividade do
consignável”. Assim, isso foi objeto do contrato da Caixa com a Prefeitura,
sim. E é, como eu falei, uma deliberação do empregador fazer ou não o consignável.
Então, no momento em que a Prefeitura anunciou a venda com essa condição, nós
fomos lá e nos adequamos a isso. Isso não quer dizer que os servidores estejam
impedidos de fazer empréstimos em outros bancos, eles só não vão poder fazer na
modalidade da consignável, só isso. Pode fazer outra modalidade de empréstimo,
mas o consignável, não; isso foi vendido, sim, junto com a Folha, e vale
dinheiro isso.
Outra
questão aqui, Carmen: do canal de negociação. A Superintendência de Porto
Alegre está aberta para conversar, negociar e resolver esses problemas que
foram colocados aqui, de atendimento. Até estou um pouco surpreso pela
quantidade de servidores que aqui estão, porque a gente vive isso no dia a dia.
Nós estamos, no momento, enfrentando um problema: estamos trocando todos os
equipamentos da Caixa, é uma troca grande de equipamentos; isso explica algumas
falhas que está havendo em alguns determinados locais. Então, essa questão de
atendimento tende a melhorar; a Caixa está investindo nesses equipamentos novos
e modernos para não ocorrerem essas falhas que estão ocorrendo com aqueles
equipamentos.
A
questão do domicílio bancário: quando a gente entrou nessa questão da compra da
Folha, uma preocupação que a gente tinha era, até pelo volume, a quantidade de
servidores que havia. Então, desde o primeiro momento em que a gente começou a
conversar com a Prefeitura, procuramos adiar o máximo possível para que
entrasse em vigor a questão da compra da Folha, justamente para que a gente
pudesse consultar os servidores para ver onde seria mais adequado abrir a
conta. E esse processo foi feito durante 60 dias; inclusive, abrimos as
agências no sábado, durante o mês de dezembro, para que esse processo de
abertura pudesse ser feito da maneira mais tranquila possível. Abrimos as
agências; tentamos, através da parceria com a Prefeitura, que fosse notificado
o servidor, para que procurasse abrir a conta onde tivesse mais interesse. Mas,
mesmo assim, nesse universo todo de servidores, alguma parte deles acabou
deixando a coisa acontecer de forma automática. Como o contrato previa o
crédito para uma data, algumas contas realmente foram abertas com o endereço
domiciliar que existia na Prefeitura. Já que o servidor não manifestou
interesse em abrir em determinada agência, quando chegou o prazo final,
recorremos ao domicílio bancário que estava cadastrado na Prefeitura, e essas
contas foram abertas assim.
O
Adelto colocou aqui que houve um contrato de financiamento. Na realidade, esses
contratos são realizados de uma maneira contrária, porque a Caixa paga a
Prefeitura para prestar os serviços. Então, não é que seja um contrato de
financiamento. Foi um negócio feito como todas as Prefeituras que venderam a
Folha fizeram, e alguns Estados também fizeram. O Estado aqui não vende a Folha,
porque ele já tem concentrado isso no Banrisul, mas é uma prática normal e um
negócio de pagamento único.
O
Adelto também colocou que foi dada uma isenção de um ano, e depois a Caixa
começou a cobrar. Na realidade, a política de tarifas da Caixa prevê que, em
função da reciprocidade e da relação do cliente, essas tarifas podem até chegar
a zero. Então, qual foi a estratégia na compra da Folha? Nós demos esse prazo
de um ano para ver se o servidor criava o relacionamento com o Banco, e, lá no
final dos 12 meses, dependendo da reciprocidade, como todos os bancos operam no
mercado, ele tivesse a possibilidade de ter essa tarifa diferenciada em função
dessa reciprocidade. Então, propositadamente, a gente deu um ano de isenção,
para que, nesse período de um ano, o servidor pudesse desenvolver o
relacionamento sem custo nenhum, o que possibilitaria - como a gente tem em
alguns casos - a tarifa chegar a zero. Há casos de servidores que recebem pela
Caixa e transferem para o banco de sua preferência - e isso é uma opção dele. O.k., isso aí é respeitado, só que aí
não cria o relacionamento, e a conta passa a ter uma tarifa normal.
Eu
vou repartir o tempo com o colega Edilson, que vai falar sobre algumas questões
que foram colocadas, como as colocadas pela Grace, quais sejam, a questão da
conta 037 e algumas questões relativas à legislação. Então, o Edilson vai falar
sobre isso.
Quando
falaram da falta de estrutura da Caixa, ou seja, que a gente não teria lugar
para fazer saques, e até foi citada aqui a cidade de Quintão, realmente, a
Caixa não tem agências em todos os Municípios e lugares do Rio Grande do Sul,
mas, com certeza, a Caixa é a que tem a maior rede: a gente tem convênio com as
casas lotéricas, temos os correspondentes bancários, as agências e os bancos 24
horas - a Caixa também é associada aos terminais de saque. Então, com certeza,
é o banco que tem a maior rede de saques.
Também
foi colocado que estava prevista no contrato a abertura de alguns postos.
Realmente estava. O que aconteceu? Esses lugares estavam ocupados pelo
Banrisul, e estava previsto que nós montaríamos um posto de atendimento da
Caixa. Como o Banrisul não saiu - e cabe à Prefeitura forçar isso -,
evidentemente que nós não conseguimos entrar. Então, a gente tentou superar
isso colocando os terminais de autoatendimento, para facilitar isso. Como isso
vem gerando problemas - a gente já detectou isso -, a gente está trocando todos
esses equipamentos, e estará resolvido muito em breve.
O
Trindade levantou a questão dos correspondentes bancários. Os correspondentes
bancários também foram sugeridos pela Secretaria de Administração. Ela nos
passou algumas reclamações, como, por exemplo, que as pessoas não tinham tempo
de ir até as agências, que não conseguiam ir lá para efetivar os seus empréstimos,
enfim, estavam encontrando dificuldades, e pediu para nós uma solução, até
porque havia algumas entidades próprias de servidores que queriam fazer esses
empréstimos. O que nós fizemos para atender isso? Trindade, olha só: todos
esses empréstimos são feitos pela Caixa; o trabalho do correspondente é
facilitar essa questão, suprir a dificuldade de deslocamento do servidor para
fazer um empréstimo. Mas empréstimos não foram terceirizados e não foram
cedidos para outra pessoa; todos os empréstimos são feitos dentro da Caixa, e
eles só são trazidos pelos correspondentes. E não é uma questão obrigatória; se
o servidor quiser, ele, pessoalmente, pode fazer; aí é uma questão de
comodidade.
Sobre
os correspondentes: tivemos até muita restrição em habilitá-los, mas, no fim,
cedemos ao apelo de alguns servidores que queriam ter esse serviço facilitado,
mas ele não é obrigatório e ele não é terceirizado; ele é feito, sim, dentro da
Caixa, por empregados da Caixa.
A
questão das tarifas, que o Edilson depois vai detalhar para vocês: como todos
os bancos, nós temos seis modalidades de cesta de serviços. Cabe ao servidor
ver a que melhor atende a ele, solicitar ao gerente dele, dizendo: “Eu quero
este tipo de serviço na minha conta”. Todas as cestas são diferenciadas, assim
como - e aí citaram muito o Banrisul aqui - as taxas. O servidor pode ver,
dentro da tarifa de serviços da Caixa, qual é o serviço que ele quer dentro da
conta dele e solicitar aquela tarifa para determinada conta.
Então,
temos seis tipos de tarifas, e digo que, das tarifas dos concorrentes que foram
citados aqui, as da Caixa estão de acordo com o que é praticado. O servidor tem
que ver qual é a cesta de serviços que ele quer dentro da conta dele. As taxas
variam de R$ 3,35 a R$ 22, que é a tarifa de cesta mais cara. As da
concorrência, que foi citada aqui, vão de R$ 3,50 a R$ 28. Então, é uma questão
de o servidor ver qual a melhor opção de serviço a ser aplicado na sua conta.
A
questão que o Trindade também levantou, de que o Banco do Brasil veio aqui, fez
uma oferta de financiamento habitacional, os servidores municipais, por terem a
conta na Caixa, receberem na Caixa e terem a possibilidade de averbar a
prestação, eles têm uma tarifa diferenciada, de balcão, na contratação
habitacional. Ou seja, financiam mais barato o imóvel para eles do que para o
cliente normal. Pela condição até de se colocar o desconto dentro do
contracheque, eles têm uma taxa diferenciada. E eu digo para vocês: em um
financiamento de longo prazo, 0,5% é uma baita diferença no saldo final que a
pessoa vai pagar. Essa condição, isso é previsto até no contrato de aquisição
da Folha; a Prefeitura teve esse zelo de dizer: olha, nós queremos um serviço
diferenciado. Nós atendemos e procuramos fazer uma divulgação junto aos
servidores.
Vou
concluir dizendo que não é intuito desta Empresa entrar no mercado para
prejudicar as pessoas. Nós temos encontrado, sim, algumas dificuldades, em
função do grande volume de benefícios sociais que a Caixa paga, e isso está
acumulando justamente no dia do pagamento do servidor municipal. Mas nós
estamos atentos e vamos tentar equacionar isso.
(Manifestação
nas galerias. Inaudível.)
O
SR. RUBEN DANILO PICKRODT:
Eu não concordo com a tua colocação de que sejam todos os dias. Respeito, mas
os períodos de pico que temos visto e que têm, sim, trazido transtorno
ao servidor são no período do pagamento, quando, infelizmente, há uma
concentração de benefícios sociais. Estamos procurando equacionar para resolver
essa questão.
A
Caixa não comprou essa Folha para ficar mais rica. Isso foi um negócio, e
negócio nós queremos que seja bom para os dois lados, e não só para um.
(Manifestação
nas galerias. Inaudível.)
O
SR. RUBEN DANILO PICKRODT: Isso
é na tua opinião, certo? Eu não concordo, e até vou te dizer mais: as taxas de
consignação que estamos praticando para o servidor – e isso explica por que a
Caixa comprou praticamente todas as dívidas que havia dos servidores, desde
financeiras, a taxas de 5%, 6%, ao mês – são as menores taxas praticadas no
País; é 1,96%, não chega a 2%, vocês podem olhar em qualquer banco.
(Manifestação
nas galerias. Inaudível.)
O
SR. RUBEN DANILO PICKRODT:
Estou afirmando que a Caixa entrou nisso aí não para prejudicar as pessoas. Nós
estamos praticando a menor taxa. Equacionamos vários servidores que estavam
endividados e que não estavam conseguindo pagar. Com essa taxa reduzida, o que
aconteceu? As pessoas quitaram as dívidas que tinham, ficaram com uma prestação
menor. Isso é importante dizer. Então, havendo alguma coisa que esteja em
desacordo com essa questão, a Superintendência da Caixa está aberta. Vou deixar
o meu e-mail ali, e estamos abertos para receber, diretamente, as
reclamações de vocês.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: O
meu abraço ao Ver. Tessaro e aos servidores também. Cumprimentando a Carmen, eu
cumprimento todos. Cumprimento também o Danilo, representando a Caixa. Vou ser
bem breve, porque já tenho outro compromisso também, mas eu queria dizer que
aqui nós nos debatemos muito na época em que a Folha foi leiloada, e acho que
foi uma maneira equivocada a condução dada pelo Executivo.
O
Prefeito arrecadou 87 milhões e meio de reais com a venda da Folha, e não
reverteu um único centavo em benefício dos trabalhadores! Tanto falam que o PT
deixou a Prefeitura quebrada, com uma dívida que não passava de 60 milhões de
reais, e ele nunca falou que arrecadou 87 milhões e meio de reais com a venda
da Folha, nas costas do servidor. É isso que tem que ficar bem claro.
Eu
acho que é errado esse negócio de vender a Folha, mas a situação foi posta.
Poderia ser a Caixa, poderia ser o Banrisul, poderia ser o Banco do Brasil,
poderia ser qualquer um, mas o fato é que fomos vendidos na história.
Esse
contrato vale por cinco anos, não é, Danilo? É de cinco anos o tempo de
aquisição, e eu acho que se tem que fazer aqui um conjunto de adequações e
negociações, porque, depois de termos sido vendidos e não termos recebido nada
– o Executivo sequer está aqui para assumir o que fez, agora –, nós temos que
ter um tratamento decente, nós temos que ter um tratamento que respeite, no
mínimo, o regramento à legislação existente. Essa questão, por exemplo, do
tempo de fila, Danilo, para esse problema, há a Lei Municipal, que limita em 15
minutos o tempo de permanência em fila para atendimento; há uma Lei Nacional,
que são 30 minutos, parece; são duas leis diferenciadas, mas, enfim, o servidor
merece respeito, merece uma consideração, porque ele está sendo sempre a vítima
dessa história. Ele está sendo imprensado, primeiro, pela atitude do Executivo,
que só pensou em ganhar o dinheiro, não pensou em nada.
Eu
acho que uma fórmula adequada deveria ter sido distribuir a Folha de forma
equilibrada por todos os bancos, mas, infelizmente, só pensaram em arrecadar. E
foi muito dinheiro: 87,5 milhões de reais, gente, é uma fortuna, e nós não
podemos sair perdendo mais ainda. Eu acho que nós temos que ter um espaço de
negociação, para adequar, para ter, pelo menos, um atendimento que leve em
conta as questões que foram levantadas, muitas delas vividas, presenciadas.
Então nós estamos aqui para cuidar disso. Acho que a Caixa não é vítima, ela
comprou a Folha, o Banco do Brasil já estava comprando, outro banco poderia ter
comprado também. Acho que não é essa a questão; a questão é que nós temos que
exigir, agora, atitude de quem comprou, que deve ter as condições para atender
adequadamente todos, mas repudiar a atitude do Executivo, do Prefeito, que,
simplesmente, nos vendeu e não aparece para dar explicação, desde o início.
Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Todeschini.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Saúdo
todos os Vereadores na presença do Ver. Tessaro; quero saudar a Carmen e os
representantes da Caixa e, sobretudo, saudar a categoria dos municipários, que
hoje passou por uma assembleia cansativa, mas, mesmo assim, veio debater este
assunto tão importante, e isso é fundamental para que a gente consiga ter alguma
resolução em relação à pressão sobre a Caixa Econômica Federal, mas, sobretudo,
na cobrança do Executivo.
Por
isso quero dizer, e reiterar, sobre a intervenção do Alex, que eu acho uma pena
e é lamentável que a Prefeitura Municipal não esteja representada nesta
Audiência Pública, porque foram eles que venderam a Folha de Pagamento dos
municipários como se fosse um negócio. Aliás, salário de municipário virou um
negócio, assim como a Previdência também, com a Reforma da Previdência, assim
como tudo que pode virar negócio para os banqueiros deste País vira um negócio.
E
o problema é que os governantes não só são coniventes, como aproveitam os
negócios para ganhar dinheiro. Eu digo que é uma pena o Prefeito Municipal não
estar aqui, não ouvir a categoria nem para definir qual é o banco – depois
vamos entrar nos detalhes, que quero colocar para ti, Danilo –, quer dizer, não
ouve a categoria para nada.
Hoje,
na assembleia - e quero registrar isto -, eu achei um desrespeito profundo com
os quase 33 mil servidores ativos e inativos do Município de Porto Alegre que,
depois de um mês quase da última assembleia, o Prefeito Municipal tenha
mandado, cinco minutos antes da assembleia, uma carta respondendo às justas
reivindicações da categoria, e não apontando nenhum avanço para o trabalho de
cada um de vocês.
E
quero registrar também que talvez tenhamos de fazer uma audiência pública, Ver.
Tessaro, para debater as perseguições políticas que estão acontecendo contra os
dirigentes da categoria, que fazem a luta, que fazem a greve e que são mudados
de posto de trabalho. Talvez tenhamos de fazer uma audiência pública para
debater o assédio moral, porque nunca a categoria havia sido proibida de
participar de uma assembleia, como aconteceu no último dia 16 de abril. E é muito
importante que os Vereadores desta Câmara saibam, porque eu participei das duas
assembleias, ouvi o relato de vocês, e é fundamental que a gente socialize e,
sobretudo, cobre do Prefeito. Porque talvez lá na época da ditadura tenha sido
assim, mas nós já vivemos numa democracia, e esse Prefeito, pretensamente,
lutou contra a ditadura. Então, está na hora de ouvir os funcionários, está na
hora de atender às reivindicações e de, pelo menos, permitir aquilo que é
garantido, que é a autonomia para poder se organizar.
Agora,
sobre a questão da Caixa. Primeiro, acho que a gente tem de apontar, porque
existe uma tentativa de dizer que cabe ao funcionário escolher a modalidade de
tarifa que
será paga. Em primeiro
lugar, caberia aos funcionários, que têm uma categoria organizada, que fazem
assembleias, porque o Sindicato é democrático, decidir em qual banco querem
receber, porque fazem sempre assembleia, não custaria nada.
Mas,
em segundo lugar, quando se fizeram os contratos, esses contratos foram feitos
na época anterior à isenção de um ano que os funcionários ganhavam; portanto,
essas seis modalidades de tarifas que tu apresentas, quando apresentadas para
os funcionários um ano atrás, era um período de isenção; não foi debatida, ipsis
litteris, qual seria a modalidade? É a primeira pergunta. Segundo, não foi
debatido? (Pausa.) Não foi apresentado.
Eu
digo, porque sou bancária - quero dizer para vocês que sou bancária do Banrisul
-, que, obrigatoriamente, cada servidor tem que ter um contrato individual em
que escolhe qual o tipo de conta em que vai receber, qual vai ser o valor,
quais vão ser os prazos... Então, em primeiro lugar, isso é obrigado.
Em
segundo lugar, 17 reais de taxa básica é um absurdo! Olhem, eu, pessoalmente,
como bancária, sei que é um absurdo. No Banrisul, era 9,80 reais, e não quero
defender o Banrisul, porque banco é banco, mas quero dizer que teria que haver
o direito de vocês decidirem, mas eram 9,80 na Folha de Pagamento para a gente,
bancário, e eu já fui funcionária depois da venda da Folha de Pagamento de
vocês.
Outra
coisa: venda casada de serviços é ilegal. Não podem condicionar os empréstimos
ao fato de a pessoa ter seguro de vida, de carro, de qualquer coisa.
Em
terceiro lugar, eu acho que é importante a gente debater a questão das próprias
taxas, dos consignados, que tu colocaste. Mas acho que é um problema - talvez o
maior problema - que a gente abra um canal de comunicação aqui e que não esteja
presente a Prefeitura. Porque eu quero encaminhar dizendo que um canal de
comunicação tem que ter a presença da Prefeitura, tem que ter a presença da
Caixa e tem que ter a presença do Simpa.
E,
sobretudo, só para concluir: por ser bancária, eu quero dizer para vocês que a
Caixa Econômica Federal tem que ter concurso, porque assolam os funcionários de
trabalho. Eu acompanhei a última greve, e é um absurdo o que os coitados dos
bancários fazem; vivem atendendo, e é verdade, a gente fica uma hora, tem que
marcar horário para atender à lei, e isso não é à toa: é porque eles precarizam
o trabalho dos bancários, é porque não abrem concursos para melhor atender à
população. Então, apesar de não ser esse o foco, fica o registro, como
bancária: concurso público! (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Verª Fernanda.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra.
A
SRA. SOFIA CAVEDON:
Boa-noite a todos. Meus cumprimentos ao Coordenador da Reunião, Nelcir Tessaro.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero, em primeiro lugar,
dizer que parece que a gente assistiu a este filme ontem, Verª Fernanda. Quando
a gente se deu conta, um grupo pequeno de Vereadores - a maioria da oposição,
obviamente -, estava aqui, nesta Casa, tentando reduzir o drama dos camelôs,
que têm de negociar com o empreendedor, e o Governo sequer apareceu. Sequer
apareceu! E não eram funcionários municipais, como nós, que ainda temos alguma
condição de organização, temos um Sindicato combativo, que a gente recuperou e
construiu, mas camelôs, que sobreviviam na rua, e essa é a postura do Fogaça!
E, ontem à noite, nas ilhas... Eu saí daqui exausta, porque eles não estão
conseguindo sobreviver como camelôs, e têm que pagar por 14, quiçá 20 milhões,
que foi o tal do investimento do empreendedor.
Vocês
aqui lucraram para a Prefeitura mais de 80 milhões, e não que a gente não
esteja negociando com empreendedor privado. Eu quero aqui que o Sr. Presidente
da Caixa não considere a mesma correlação, mas a postura do Governo Fogaça é
esta: desresponsabilizar-se e jogar toda a política pública que puder para a
lógica do mercado, para a negociação direta.
Então
o drama da sobrevivência dos camelôs, ontem... Nós, Vereadores, que fomos
contra, que anunciamos... Há um ano e meio levo isto para o Ministério Público
e questiono esse negócio feito no Centro da Cidade. Eu, lá no meio, a Fernanda,
nós da oposição... Lá estava o Ver. Proença tentando mediar, exigindo que o
Governo venha e mediando para que o empresário não seja tão duro e não despeje
os camelôs, que não podem mais ficar na rua! Não podem mais, porque a polícia
vai bater - aqui no Centro!
E,
ontem à noite, estou lá nas Ilhas, os carroceiros querendo saber o que está
sendo pensado para eles, porque foi aprovado nesta Casa, por maioria, pela base
do Governo Fogaça, que eles, em oito anos, saiam das ruas, e eles não têm onde
trabalhar! E aí há um grupo de trabalho pensando.
E
o Fogaça faz o que no microfone? Ele diz: “Não se preocupem, ninguém vai
impedir vocês de trabalhar; nós vamos dar uma solução igualzinha à dos
camelôs!” Pois estão lá os camelôs, no Camelódromo. Em desespero, digo eu para
vocês. Em desespero! Há 60% inadimplentes!
E
nós aqui, sobre a venda da Folha, nós discutimos, levantamos movimento, levamos
o tema ao Ministério Público, junto com o Simpa e com a ATEMPA, e não tivemos
jeito de fazer o Governo recuar. Claro que evitamos o pior: vocês irem para
banco privado. Foi um banco público, mas a gente sabe que o sistema bancário é
perverso e que quem está pagando a conta do lucro, ou do dinheiro que a
Prefeitura recebeu, são os municipários, os 80 milhões que a Prefeitura usou
para o tal do equilíbrio fiscal.
No tal do “equilíbrio fiscal”, a gente não consegue
entender o que acontece, porque eles não conseguem sequer assinar o tal do Pisa
- Programa Integrado Socioambiental -, que não está autorizado até hoje! A
Prefeitura estava no Cadin há pouco, mas a Prefeitura aumentou mais de 200 CCs
nos últimos cinco anos. Duzentos funcionários públicos, colegas meus! Falo isso
porque, cada vez que chega um Projeto de Lei aqui... Sete CCs agora, na última
semana, para o Socioambiental. A Prefeitura gastou, em uma semana, um milhão de
reais naquelas propagandas enormes que estavam em todos os jornais há uma, duas
semanas. Um milhão! Nós fizemos a conta, nós temos os valores, estamos
discutindo isso, nós vamos discutir na Justiça.
Então, para a Prefeitura, não existe crise; usa o
municipário como moeda de negócio, para criar uma ideia na Cidade de que está
saneando as contas! Estão varrendo os pobres do Centro da Cidade, jogando-os na
iniciativa privada, e estão ausentes aqui! Este é o grande problema, Carmen. A
Prefeitura fez o negócio, a Prefeitura tem poder de sentar com a Caixa e dizer:
“Não, as tarifas têm que ser praticadas mais baixas”. Não que a Caixa não tenha
sensibilidade, mas é um absurdo toparmos uma negociação a varejo, quando a
Prefeitura lucra e negocia com as nossas contas!
Nós entramos com um Projeto de Lei, em outubro de
2007, propondo, estabelecendo que o Poder Municipal tenha que consultar os
municipários para fazer qualquer negócio com as suas contas, e aqui a maioria
dos Vereadores da situação o reprovou; ele não passou da CCJ. “Ah, porque isso
é ingerência no Executivo Municipal.” Quer dizer, ninguém pode nem exigir que
os municipários sejam consultados! Nós vamos voltar com o Projeto de Lei.
Então a discussão é esta: que Governo é este, que
desrespeita o municipário, que usa as contas dos municipários para obter lucro,
para obter um falso equilíbrio financeiro, que abusa dos CCs, que gasta em
publicidade, que joga toda a política pública para a iniciativa privada? Está
aí o Araújo Vianna... Esta é a lógica: a lógica da terceirização, é a lógica da
privatização, da elitização e do compadrio com os CCs. É bom que isso fique
muito claro, porque a luta dos municipários é muito justa.
Hoje eu estava em Sapiranga, não acompanhei a
assembleia, mas sei que ela foi muito forte, e é assim que deve ser, porque
este Governo não vai respeitar o municipário, se não houver mobilização,
pressão, capacidade de luta de vocês. (Palmas.) Vocês contem conosco, porque sem
pressão não vai haver solução. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Verª
Sofia. Quero anunciar que está entre nós o Ver. Dr. Raul. Seja bem-vindo, Vereador. Se quiser
fazer uso da palavra, ela está à disposição.
Já
estamos nos encaminhamentos finais desta Audiência Pública.
A
Srª Carmen Padilha, Presidente do Simpa, está com a palavra.
A
SRA. CARMEN PADILHA: Acho
importante a gente reafirmar aqui o que disse no início desta Audiência
Pública, ou seja, da frustração do Sindicato em não ver aqui, nesta Audiência,
a representação do Governo Municipal. (Palmas.) É uma frustração, mas não é uma
surpresa, porque essa tem sido a prática do Prefeito Fogaça. Desde que nós
assumimos, o Prefeito recebe todos, recebe os empresários, recebe o capital,
abre os braços para a Governadora Yeda – como na foto, semana passada, no
Jornal Zero Hora –, Governadora que está sendo questionada pela corrupção, que
está num mar de lama! Esse Prefeito que abre os braços para essa Governadora
não acolhe a categoria e não respeita esta categoria! Isso tem sido uma
sistemática, e hoje esta Audiência reforça isso, porque, realmente, a nossa
discussão primeira não é com a Caixa Econômica Federal. A nossa discussão tem
que ser com o Executivo, porque foi ele que vendeu a Folha, vendeu-a sem
consulta, prejudicou-nos, causou todos os transtornos que, aqui, foram
enumerados, os quais não vamos repetir, porque nós sabemos.
Agora,
nós queremos uma solução, sim. Queremos! E essa solução passa pela
conta-salário. Nós queremos fazer o debate da conta-salário. Agora o
representante da Caixa Econômica vai dizer: “Existe uma instrução normativa do
Banco Central”. É verdade. Existe uma instrução normativa, e o problema não é
só aqui no Estado, o problema está lá em Brasília também, porque o Banco
Central é que regrou a venda das Folhas. Por isso é que tudo que é Município,
independente de Partido, está vendendo as Folhas de Pagamento.
O
pior de tudo é que prevê que, para os servidores públicos, a conta-salário só
pode ser daqui a dois anos. Por quê?! Nós somos diferentes?! Por quê?! Nós
temos que pagar mais?! Isso nós queremos discutir. E nós achamos que é
possível, sim, se houver vontade política do Governo Municipal, se houver
vontade política da Caixa Econômica Federal, que, afinal, é um banco público e
deveria defender os interesses públicos antes dos seus lucros, haver, sim, a
condição de abrir essa conta-salário, que seria a forma justa de resolver todas
essas situações, porque nós não queremos fazer negociação a varejo, como foi aqui
apresentado pelo representante da Caixa Econômica Federal. Cada um de nós vai
lá e vai discutir, então, a tal da cesta básica de serviços; a gente sabe que
não funciona assim.
Sobre
a questão dos empréstimos, estão sendo dados a juros menores, se fizerem venda
casada com seguro de vida. Falam que não é só a Caixa que dá empréstimo, mas,
por empréstimo que não seja consignado, nós vamos pagar os juros de mercado,
5%, 6%. É isso que querem?
Sobre
a isenção das tarifas, informaram para mim que pode haver isenção de tarifa se
tiver 20 mil na poupança. Pergunto: qual é o servidor municipal, hoje, que tem
condição de ter essa poupança? Os nossos colegas do Padrão 2, que estão com os
seus salários abaixo do mínimo, têm condições de ter 20 mil reais na poupança
para ter isenção de tarifa da Caixa Econômica?
Quanto
ao problema do Caixa 24 Horas, eles dizem que, se não tem agência, tem o Caixa
24 Horas. Sim, mas no Caixa 24 Horas nós vamos pagar para sacar.
Então,
são todas essas questões que nós queremos resolver, e reafirmo a necessidade.
Eu acho que a Câmara pode colaborar conosco no sentido de trazer a Prefeitura,
o Executivo Municipal, para este debate, para responder por essa situação que
vivem os servidores públicos municipais. É isso. Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Carmen.
Com
a palavra, o Sr. Edilson Zanatta.
O
SR. EDILSON ZANATTA: Boa-noite,
Ver. Tessaro, demais Vereadores presentes, Simpa, Presidente Carmen, servidores
municipais aqui presentes. A minha intenção é só pontuar alguns itens que foram
passados aqui rapidamente, e que bom que a gente, através desta Audiência
Pública, pretenda abrir um canal de negociação, de soluções para alguns
problemas que são apresentados. Estamos totalmente abertos a esse canal de
negociação com o Simpa, com os servidores municipais.
A
Caixa foi contratada para fazer o serviço de pagamento dos 33 mil servidores
municipais, e quer fazê-lo da melhor forma possível. Mas ela vai ter que
fazê-lo. Ela pagou para exercer esse direito, e queremos, com certeza, que, em
2012, quando terminar o contrato e entrar a conta-salário para o serviço
público municipal, estadual e federal, possamos reter uma grande
parte dos servidores municipais como clientes fidelizados da Caixa. E eu me
comprometo aqui a iniciarmos, Carmen, um grande trabalho de negociação e de
divulgação daquilo que a gente tem a oferecer ao servidor público municipal, as
vantagens que o servidor público municipal também adquiriu quando ele veio para
a Caixa. Pelos debates que percebi aqui hoje, talvez muitos não tenham
conhecimento.
Aqui foi falado que o Banco do Brasil ofereceu
financiamento habitacional, e a Caixa não ofereceu. Talvez tenhamos falhado
gravemente. Mas a Caixa tem financiamento habitacional com as menores taxas do
País para todos os servidores públicos municipais. Podemos garantir que não
existe banco, no Brasil, que tenha melhor condição de financiamento
habitacional do que a Caixa.
Foi colocada aqui também a questão da restrição
cadastral no consignado. O consignado não analisa a restrição cadastral. A
simples disponibilização da margem pela Prefeitura Municipal ou pelo PREVIMPA
possibilita a realização do empréstimo, não há restrição nenhuma. A simples
disponibilização de margem garante esse empréstimo.
Sobre a taxa do consignado, foi colocado aqui pela
plateia que foi por causa da concorrência que nós baixamos a taxa. Foi, foi por
causa da concorrência, e nós sempre manteremos a taxa menor do que da
concorrência, até o final do contrato. Isso nós garantimos para vocês, porque
nós queremos mostrar que não é através de tarifas e taxas abusivas que nós
vamos tirar os 87 milhões que pagamos para a Prefeitura, mas simplesmente
através da prática de serviços bancários que todo banco pratica e cobra. Se o
servidor público municipal não estivesse pagando na Caixa uma tarifa, um
serviço ou uma taxa de empréstimo, ele estaria pagando em outro banco. Esses 87
milhões concentraram o pagamento num banco só. Mas nós temos um compromisso
contratual e assumido com a Prefeitura e os servidores de que sempre
praticaremos as menores taxas do mercado, tanto nas tarifas bancárias, como na
taxa de empréstimo.
A taxa do cheque especial da Caixa é a menor do
mercado. A taxa do consignado é a menor do mercado. A taxa do CDC Salário é a
menor do mercado, as taxas de cestas de serviços são as menores do mercado.
Isso a gente pode afirmar, e garantir, e comprovar ao Sindicato. Não estamos
fazendo demagogia aqui. Isso é real, e praticamos.
Quando o meu colega Danilo falou
em seis faixas de cestas de serviço, tem as seis faixas. Nós não podemos
oferecer a conta-salário para vocês, mas, contratualmente, pelo que fala o
Banco Central e pelo o que a gente combinou com a Prefeitura, o servidor tem direito à transferência
isenta do salário que ele recebe. Foi dito aqui que paga para retirar o
salário. Não paga. Ele tem direito a retirar duas transferências isentas,
totais ou parciais, por mês; um talão de cheque de 12 folhas – no caso da Caixa
– por mês; e um cartão magnético, renovado anualmente, sem tarifa. Isso faz
parte da legislação, faz parte do contrato que a Caixa tem com a Prefeitura.
Então, nenhum servidor é obrigado a pagar para receber o seu salário.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O SR. EDILSON ZANATTA: Se não foi conseguido em algum caso, a gente vai
verificar, mas isso está disponibilizado.
Então, são as seis faixas de cesta de serviço. Foi falado
sobre a tarifa de R$ 9,80, que em outros bancos seria mais barato. A Caixa
também tem tarifa de R$ 9,80. A nossa tarifa mais cara é de R$ 22, que engloba
uma grande gama de serviços, e a tarifa mais cara da concorrência, que a gente
pesquisou hoje no mercado, inclusive nos bancos que pagavam a folha da
Prefeitura, é de 38 reais. Por isso, eu afirmo para vocês: em nenhum caso – até
por determinação do Governo Federal – a Caixa trabalha para puxar os spreads
bancários e as tarifas bancárias para baixo. E nisso o servidor municipal está
sendo beneficiado.
Estamos um pouco deficientes no atendimento? Estamos, mas
quero lembrá-los que, além das 40 agências bancárias que a Caixa tem em Porto
Alegre e de todos os pontos eletrônicos de atendimento, nós temos mais cem
lotéricas, ou seja, 180 pontos de pagamento físico na cidade de Porto Alegre.
Confirmo o que o Danilo nos falava: é a maior rede de pagamentos, entre todos
os bancos, não só na cidade de Porto Alegre, como no Brasil.
Então,
eu diria que a gente precisa realmente, Carmen, sentar, conversar, negociar,
ver o que é que pode ser melhorado, em termos de custos, inclusive, para o
servidor municipal. Mas nós queremos fazer uma grande campanha e mostrar para o
Sindicato e para o servidor que o servidor pode obter muito benefício e muita
vantagem tendo o seu crédito de salário na Caixa. E nós queremos conquistar o
servidor, não só pela força de contrato e pela obrigatoriedade, porque, como
foi falado aqui, sabemos que, em 2012, cada um vai pegar a sua continha, vai
botar na agência que quiser, no banco que quiser, assim como é na iniciativa
privada hoje. Isso só não é para o servidor público hoje, porque 100% dos
Prefeitos e Governadores do País, quando a Medida Provisória foi editada para
ser ampla, geral e irrestrita para todos os trabalhadores, negociaram no
Congresso para que, no serviço público, isso não acontecesse, para que pudesse
haver essas vendas de folhas de pagamento. Por isso, o servidor público,
digamos assim, foi – entre aspas – discriminado, mas foi uma reivindicação
praticamente total dos Prefeitos e Governadores à época; então, propiciou essa
negociação.
Quero
aqui, finalizando, dizer que vamos fazer uma grande campanha com todos os
servidores municipais, vamos sentar para negociar com o Simpa, mas quero deixar
aqui para vocês - e a nossa campanha vai comprovar isso - que vocês têm muitas
vantagens na Caixa que na concorrência não teriam; o empréstimo consignado já
propiciou isso; o financiamento habitacional vai propiciar; e todos os outros
produtos com desconto.
E,
agora, gostaria que vocês refletissem um pouco, pois não existe, em nenhum
banco, hoje, na realidade do Brasil - talvez no passado tivesse existido, mas
hoje não existe -, serviço bancário 100% gratuito; em nenhum banco, posso
afirmar para vocês. O que queremos e nos propomos é propiciar que esses
serviços tenham o menor custo entre toda a rede bancária para os servidores
municipais. E nós vamos sentar com o Sindicato, vamos discutir isso e vamos
fazer uma grande campanha. Temos a pretensão de provar para vocês que vocês têm
muito a ganhar tendo a conta de salário na Caixa, e em momento algum a Caixa se
propõe a explorar o servidor municipal e a tirar dele um custo maior do que ele
pode ter na concorrência de mercado. Nós entramos na concorrência de mercado
para conquistar o servidor municipal e mostrar que ele vai pagar menos estando
na Caixa, com um consequente benefício maior, ou seja, um custo-benefício muito
melhor. É um desafio para nós, e pretendemos, em negociação com o Sindicato e
em campanha de divulgação para vocês, provar isso. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Edilson.
Nesta
Audiência Pública, a Câmara fez seu papel institucional de mediação. Ouvimos
sete servidores municipais; ouvimos a Direção do Simpa; e ouvimos os
representantes da Caixa Econômica Federal. Temos todas as notas taquigráficas,
que estarão à disposição do Executivo Municipal para que possa delas ter
conhecimento e tomar as providências. Assim, temos a certeza de que este canal
aberto hoje entre a Caixa Econômica e os servidores, através do Simpa, servirá
para que os diálogos sejam profícuos. Com toda a certeza, os ajustes serão
feitos.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: (Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Então,
já com o encaminhamento da Verª Fernanda, a Caixa vai fazer um manual. Eu
acho importante a divulgação de tudo o que foi falado sobre os benefícios que a
Caixa pode oferecer aos servidores.
A SRA. SOFIA CAVEDON: (Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): É por isso que
nós vamos dar conhecimento ao Executivo de tudo o que foi discutido aqui, que
consta nas nossas notas taquigráficas.
Eu também quero agradecer ao Dr. Raul, a toda a
comunidade que aqui está, a todos os servidores da Casa, às Vereadoras Fernanda
Melchionna e Sofia Cavedon. Agradecemos em nome da Presidência da Casa e nos
colocamos sempre à disposição. Eu acho que aqui é o lugar, é o canal onde as
comunidades, os porto-alegrenses podem buscar soluções para as suas desavenças.
Muito obrigado, e boa-noite.
(Encerra-se a Audiência Pública às 20h41min.)
* * * * *